sexta-feira, 22 de junho de 2012

Como monitorar a intensidade do seu exercício sem equipamento

       A inatividade física é um dos maiores problemas de saúde do mundo. A literatura médica demonstra muitos efeitos benéficos da prática regular de exercício físico na saúde em geral, incluindo diminuição de doença cardiovascular e mortes em geral.
        Aconselhar a prática de exercícios é um desafio, visto que cada indivíduo tem diferentes barreiras para começar a exercitar-se. No entanto, um programa individualizado pode ajudar a mudar este comportamento, pois o esforço extremo que gera mal estar e dor tardia, pode ser controlado.
        Quando um profissional prescreve exercício, leva em consideração os fatores biológicos e ambientais. A intensidade (velocidade) e o volume (tempo - distância) devem ser aumentados de forma gradativa, levando-se em consideração a condição física inicial do praticante. De forma simplificada, podemos classificar o exercício, no que diz respeito a intensidade, em Leve, Moderado e Intenso. Essa classificação está relacionada ao gasto metabólico, que é representado pela sigla MET (em português significa Equivalente Metabólico), que é uma relação com o consumo do oxigênio por minuto de esforço, ou seja, quanto mais intenso o exercício, mais esforço é realizado, logo mais oxigênio é consumido e por isso dizemos que utilizamos mais METs. Em atividades leves consumimos menos de 3 METs por minuto, nas moderadas consumimos de 3 a 6 METs, e em atividades intensas mais de 6 METs. Olhe sua modalidade favorita na tabela e compare com o gasto energético das outras modalidades.


        A tabela a cima mostra o gasto generalizado. Existe diferença quando indivíduos possuem capacidade física diferente. Por exemplo: um corredor experiente tem um dispêndio de energia muito pequeno correndo a 7:30min/km quando comparado ao iniciante (8,7 METs).
      Existem algumas formas de medir o nível de esforço, como VO2, Lactato, Frequência cardíaca; e depois de tempo de treinamento, sabemos qual a velocidade máxima possível para percorremos determinada distância. Mas como podemos mensurar (medir) o nível de esforço (cansaço) físico sem utilizar equipamento?
        Um fisiologista sueco chamado Gunnar Borg criou uma escala de percepção subjetiva de esforço, que correlaciona o nível de esforço a frequência cardíaca. A escala inicial varia de 6 a 20, e corresponde de 60 a 200 bpm, logo uma exercício 150 bpm corresponde a escala 15 na tabela. Para facilitar o entendimento foram criadas adaptações dessa escala, hoje muitas pessoas utilizam a escala adaptada de 0 a 10 para melhor entendimento, de forma que 0 corresponde ao repouso e 10 a exaustão. Caso você não tenha nenhum outro método para monitorar seu esforço, este método pode ser muito eficiente depois de 3 dias de adaptação com a tabela, basta olhar para tabela e se perguntar em que ponto se encontra. Exemplo: até o nível 6 você é capaz de falar com facilidade, a partir do 8, a fala se torna espaçada e dificultada. Se você for iniciante, evite passar desse limite.

Em próximos posts falaremos sobre prescrição de treinamento.


Professor Diego Viana Gomes
Especialista em treinamento de corrida
Pesquisador em Bioquímica do exercício UFRJ
contato@equipepena.com.br
www.equipepena.com.br
(21) 88985901