quarta-feira, 15 de fevereiro de 2017

O revezamento da cidade começa bem antes da passagem da tocha

Aos poucos fomos conhecendo toda a equipe e logística, descobri que o diretor operacional era uma pessoa muito experiente em Revezamento de Tocha, e os mesmos fizeram quase todos os revezamentos que conhecemos. Existe uma equipe que serve de base e todo o restante da equipe é formado por pessoas contratadas no país sede. As primeiras contratadas, são pessoas que ajudam o diretor com a parte de tradução e contratação. Todos os contratados são entrevistados em Português e Inglês pelo RH e a última entrevista sempre era com o Diretor Operacional.

Cerca de dois anos antes do Revezamento Olímpico, começaram a contratação dos gerentes Regionais, brasileiros extremamente competentes que trabalham com produção de eventos e são os cabeças da logística operacional. O revezamento foi divido em 6 Regiões, com exceção do RJ, cada região tinha 2 gerentes, responsáveis pela "árdua tarefa" de viajar pelos estados da região designada, escolher as cidades que melhor representam sua região (tamanho populacional, principais pontos turísticos,...) e por vezes, atender questões políticas. Os gerentes se reuniam com os prefeitos e secretários para discutir questões, como: logística de trânsito, segurança e divulgação, elaborando desta forma rota da tocha, incluindo local de passagem do comboio, levando em consideração o tamanho dos veículos (caminhões dos patrocinadores e ônibus), restaurante para almoço e a distribuição nos hotéis das quase 400 pessoas que compunham o comboio.

Depois que a rota é estabelecida, os gerentes escrevem o Daybook (diário) com todos os detalhes do dia. Desde a saída do hotel até a hora do término da janta, ou seja, nossa rotina do início ao fim do dia. O único momento que não tínhamos nada planejado, era o momento de dormir, na verdade, esse era o planejamento - DORMIR. As duplas sempre andavam juntas durante o revezamento, quando o comboio estava na sua região, o gerente ficava no carro de comando, à frente do comboio para demonstrar rota, indicar o ponto em que o ônibus deveria deixar cada condutor e dar ritmo ao restante do grupo (dá pra fazer analogia ao primeiro vagão do trem).

Levando em consideração o tamanho da cidade, distribuição geográfica e número de habitantes, era estipulado o número de condutores da cidade. O ponto onde cada um seria desembarcado estava marcado e descrito no Daybook. Para garantir que não houvesse erro, os gerentes que não era responsáveis pela cidade que estava sediando o revezamento naquele momento chegavam três dias antes na mesma, para garantir que estava tudo certo e colavam adesivos em ordem numérica nos pontos pré estabelecidos pelos gerentes da região, para facilitar a visualização do carro comando no dia do evento.

Outros fatores extremamente importantes eram: o almoço; não há reclamação nesse quesito, comemos muito bem; mas o gerente precisava atentar à qualidade do restaurante, lugar para estacionar caminhões e carros que levavam aproximadamente 400 pessoas, assim como estacionar os veículos no fim do dia, e encontrar um local com estrutura para montar o palco gigante que marca a cerimônia do fim do dia, por incrível que pareça, não é missão fácil.

Agora podemos falar do revezamento.

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2017

Treinamento e Evento teste em Cabo-Frio

Após a confirmação da convocação, fui convidado, dia 29 de março de 2016, para ir ao treinamento da empresa no dia seguinte, 30 de março, onde conhecemos toda a equipe e como seria o dia a dia do revezamento (bem mais complexo do que eu poderia imaginar). Nesse dia, vi e peguei na tocha pela primeira vez e fui convidado para ir ao Maracanã, no dia seguinte, 31/03/2016, para fazer um treinamento com o diretor operacional que explicaria a logística do revezamento, quais seriam as nossas funções, como iríamos conduzir o condutor da chama (torchbearer em inglês), como nos posicionaríamos no comboio, o que fazer caso houvesse queda, e não menos importante, como é o funcionamento da Tocha e lamparina olímpicas, pois até esse momento, não tínhamos a mínima ideia de que essa seria nossa função, só sabíamos que íamos correr com o condutor da tocha olímpica. Essa parte merece um adendo, pois é nesses itens que consta a essência do Revezamento Olímpico.

Uma das maiores missões das manifestações anti olímpicas, era apagar a tocha, no entanto, essa tentativa frustrada de acabar com o revezamento apagando o fogo da tocha estava equivocada desde a primeira tentativa, por dois motivos simples:

1. O fonte da chama olímpica fica na lamparina e não na tocha. Após ser aceso na Grécia, são acesas 4 lamparinas que mantêm a chama acesa até o Brasil, onde foram acesas mais 5 lamparinas (total de 9). É a chama dessas lamparinas que acendem as tochas. Quanto as tochas, as mesmas possuem um cilindro com gás butano e propano, que após acionados e aproximados da chama permanecem em combustão em torno de 15min. Lembrando que foram produzidas cerca de 12mil tochas (informação não oficial) na Espanha, empresa  Recam Làser S. L., mas desenhadas no Brasil pela empresa Chelles & Hayashi após submeter o projeto ao edital da Rio 2016 que foi lançado no dia 3 de junho de 2014. Portanto, quando a tocha possui defeito, não acende ou mesmo apaga, basta trocar a tocha ou acender novamente, como foi feito em todo o Brasil. Ademais o nome deveria ser Revezamento da Chama Olímpica e não da Tocha, pois a chama que é a mesma, não a tocha.

2. Existe um regulamento do COI, que deixa, sobre o comitê olímpico local, a responsabilidade e a forma de reacendimento, caso a chama apague. (http://www.gamesmonitor.org.uk/files/Technical_Manual_on_Ceremonies.pdf)

Depois do esclarecimento à respeito da Tocha e Lamparina olímpicas, podemos dar continuidade ao evento teste.

A partir dessa reunião, não parei de viver o Revezamento Olímpico, fui informado que viajaria no dia seguinte para Macaé, era o final de semana do dia 1 ao dia 3 de abril, pois faríamos o evento teste, uma simulação do dia 91 do Revezamento, que aconteceria no dia 1 de agosto de 2016, começando em Rio das Ostras e acabando em Cabo Frio.
Saímos de Rio no dia 1 de abril e fomos até Macaé, pois Macaé era a última cidade do dia 90, e quase sempre dormíamos na cidade que encerrava o dia. Almoçamos em Macaé e jantamos no hotel, onde pegamos nossa vestimenta, rádio de comunicação e recebemos as últimas informações sobre o horário do dia seguinte.

O evento teste foi realizado com pessoas convidadas (funcionários, parentes dos funcionários e pessoas convidadas da cidade). Acordamos bem cedo e fomos em direção à Rio da Ostras, onde o caos começou a ser instalado, pois saímos com muito atraso e como era a primeira vez, a segurança também não sabia com todos os detalhes o que ia acontecer, o trânsito simplesmente ficou parado, era esperado pelos organizadores que houvessem problemas devido à complexidade da operação, mas não pela população que perde seu direito de ir e vir.

 Começando pela primeira vez a operação:
Entramos numa van com 5 lugares disponíveis, como na foto. Nesse primeiro momento, éramos apenas 4 guardiões da chama, nome que recebemos pela mídia no meio do revezamento, pois até então éramos chamados de Flame Runners (Corredores da Chama). Entretanto, além dos 4 guardiões, tinha o motorista, e toda equipe de segurança, 2 delegados federais da Senasp, um comandante da PM, um comandante do Corpo de bombeiros, o chefe da Guarda municipal, o chefe da PRF e um coronel reformado do exército (que também trabalhava na segurança), ou seja, muita gente para pouco lugar. Esse foi um legado do evento teste, pois houve um ajuste para o evento e foi adicionada uma van para equipe de segurança.

Apesar de toda preparação, tudo era novo para todos, pois pela primeira vez, tudo estava sendo posto em prática. De repente a van pára, todos descem rápido e é momento de acender a primeira tocha, mas antes acendemos a lamparina com fósforo comum, depois tiramos o fogo da lamparina com um palito acendedor de churrasco e acendemos a tocha! Primeira tocha acesa em Revezamento! Que emoção. Vários fotógrafos, muitos espectadores e começamos a correr. No mesmo momento dois seguranças, que não conhecíamos ainda, nos colocaram para fora do comboio, era a Força Nacional (que também não tinham a mínima ideia de como ia funcionar), imediatamente o diretor de operações abriu caminho e nos colocou de volta na "célula". Reajustado, seguimos correndo, e ao final do revezamento em cada cidade, apagávamos a tocha do último condutor, mostrávamos a lamparina acesa (para população entender que a chama não apaga), retornávamos a van com a lamparina e seguíamos no comboio até a próxima cidade. Assim, passamos por Búzios, São Pedro da Aldeia, Iguaba Grande, Araruama até chegar em Cabo Frio, totalmente exaustos, após percorrer um total de 28 km no sol quente, com pouca água e van desconfortável. Chegamos no hotel, jantamos, confraternizamos e voltamos mortos no dia seguinte para casa imaginando como seria fazer isso por 95 dias.



Agora que sabíamos "exatamente" como seria, ficou mais fácil entender a logística do revezamento e como funciona tudo.

Detalhes sobre a tocha:
http://infograficos.estadao.com.br/esportes/jogos-olimpicos/2016/por-dentro-da-tocha-olimpica/
http://www.gamesmonitor.org.uk/files/Technical_Manual_on_Ceremonies.pdf
https://portaldesuprimentos.rio2016.com/wp-content/themes/mercado/anexos_status_concorrencia/900440514_RFP.pdf

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2017

Como fui parar na Tocha

A pergunta mais frequente das pessoas quando me encontram é: como você foi para na Tocha?
Àquela velha história do amigo que tem um amigo...rs. Então, meu amigo de infância Gustavo, tem um amigo que era do RH da empresa Cerimônias Cariocas 2016 (CC2016), fundada em 2011, pela união da agência de comunicação e eventos SRCOM e a holding italiana de eventos Filmmaster, que fizeram desde a passagem da bandeira olímpica e paralímpica para o Brasil em Londres 2012, até o Revezamento da Tocha Olímpica, abertura e encerramento dos jogos Rio 2016.  Pois bem, entrei em contato com Kleber (gente finíssima, que não conhecia até o momento), e o mesmo me enviou o seguinte email:










"O Revezamento da Tocha é uma etapa fundamental dos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos. Marcado por simbolismo e história, o ritual de acendimento da Chama Olímpica e sua entrega para o Brasil representará o início dos Jogos 2016, o primeiro a ser realizado na América do Sul.
 O Profissional será responsável por acompanhar os carregadores da tocha durante o seu trajeto no revezamento da tocha olímpica.
 Procuramos atletas profissionais ou amadores com interesse de fazer parte do evento Olímpico.
 Runner
 Requisitos:
- Bom preparo físico;
- Inglês avançado/fluente;
- Desejável experiência em corridas de longa distância;
- Disponibilidade para viagem durante o revezamento;
  
Responsabilidades:
- Acompanhar os condutores da tocha durante o trajeto do revezamento;
- Garantir o bem estar dos condutores da tocha durante o revezamento;
- Esclarecer dúvidas dos condutores da tocha durante o percurso.
 Estaria interessado ou conhece alguém que se interessaria?"

No dia 23 de março de 2016 fui à entrevista no Centro da cidade do Rio de Janeiro para entrevista com o Kleber, fiquei muito entusiasmado com a proposta, mas haviam pendências a resolver na vida pessoal e profissional. No entanto, no mesmo dia recebi um email dele para outra entrevista no dia seguinte com a simpática gerente geral, e imediatamente após fui finalmente direcionado à terceira e última etapa com o gringo australiano (chefe operacional).

Quase uma semana depois, no dia 29 de março, recebi uma ligação do Kleber, confirmando minha contratação e convidando para o evento teste que aconteceu em Cabo Frio.

Próxima publicação: Evento teste - Região dos Lagos Rio de Janeiro

terça-feira, 7 de fevereiro de 2017

Entenda como chegamos - candidatura e eleição do Brasil/Rio e Janeiro


Após 3 tentativas anteriores fracassadas devido à questões políticas, o COB resolveu contratar a Event Knowledge Services (EKS-empresa de consultoria internacional) para apontar os pontos importantes nas eleições da cidade sede. Em junho de 2008 o COI escolheu quatro cidades finalistas: Chicago, nos Estados Unidos, Tóquio, no Japão, Rio de Janeiro, no Brasil, e Madri, na Espanha. E em 2 de outubro de 2009, em Copenhague, na Dinamarca, o Rio de janeiro foi eleito a cidade-sede dos Jogos Olímpicos 2016.
A Olimpíada no Brasil foi marcada por muitas manifestações, principalmente no âmbito político, resolvi replicar essas informações jornalísticas, para relembrar o movimento popular e político pró olímpico na época da candidatura. Fiz um cronograma ordenado pela data e coloquei os fatos mais marcantes. Durante as buscas com datas específicas no google, encontrei quase nenhum argumento argumento contrário à olimpíada.

Resultado de imagem para olimpiadas
 Na pré candidatura, em 2006, tínhamos Lula como presidente da República do Brasil, Rosinha como Governadora do Estado do RJ, César Maia como prefeito do município do Rio de Janeiro e Carlos Nuzman como presidente do COB. No período da candidatura, já em 2007, o quadro era um pouco diferente, Lula presidente, Sérgio Cabral como Governador, Eduardo Paes como prefeito e Nuzman como presidente do COB.
 Achei bastante interessante começar com esse diálogo, para que entendamos nas próximas postagens, algumas retaliações que sofremos ao longo do Revezamento da Tocha Olímpica, devido à manipulação de informação e as deturpações que ocorrem com a mesma, muito em função da velocidade da informação gerada pela internet (Whatsapp, Facebook, Youtube).




Desde já, declaro que sou apartidário, e não tenho nenhum interesse político, nem partidário, muito menos vínculo instucional com o COB/COI. Meu interesse aqui, é apenas registrar e fazer uma descrição dos acontecimentos do revezamento, sob o meu ponto de vista (operacional).
À partir desse ponto, vou começar a comentar minha participação e minha convocação para participar do Revezamento.


Vídeo oficial da candidatura.
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Cronograma de informações vinculadas na mídia. Referências constam ao final do documento.

Site UOL 01/09/2006 - 14h11
COB lança pré-candidatura do Rio para sediar Olimpíada de 2016

Por Pedro Fonseca
RIO DE JANEIRO (Reuters) - O Rio de Janeiro tentará mais uma vez sediar uma edição dos Jogos Olímpicos depois de ter sido anunciada, nesta sexta-feira, pelo Comitê Olímpico Brasileiro (COB), como cidade brasileira postulante à candidatura para a Olimpíada de 2016.

A decisão foi tomada pela Assembléia do COB e anunciada pelo presidente da entidade, Carlos Arthur Nuzman, após avaliação de um relatório montado pela empresa suíça Event Knowledge Services (EKS) -- especializada em propostas de cidades para organizar eventos internacionais. A base principal do projeto é a realização dos Jogos Pan-Americanos Rio 2007.


São Paulo, sábado, 23 de junho de 2007 (notícia abaixo)

O Brasil já tentou três vezes, sem sucesso, receber uma Olimpíada. Em todas as oportunidades, o roteiro do fracasso parece se repetir: políticos utilizando a campanha olímpica para chamar a atenção, projetos inconsistentes e muito dinheiro público desperdiçado. O Brasil nunca chegou ao grupo de finalistas na eleição promovida pelo COI (Comitê Olímpico Internacional)

A primeira derrapada foi do projeto Brasília-2000. No início dos anos 90, o então presidente Fernando Collor de Melo e o então governador do Distrito Federal, Paulo Octavio, lançaram a candidatura, que tinha como objetivo principal promover a festa de 500 anos do descobrimento do Brasil. Feita às pressas pelo governo, Brasília-2000 nem chegou a participar oficialmente da disputa do COI.

Em 1995, os brasileiros trocaram de cidade, mas pouca coisa mudou. O Rio de Janeiro foi escolhido como representante nacional para sede dos Jogos Olímpicos de 2004.
O problema principal foi novamente político. Com o apoio do presidente Fernando Henrique Cardoso, o então deputado federal Ronaldo Cezar Coelho (PSDB) presidiu o comitê na reta final e usou a candidatura como trampolim para sua carreira política.A Rio-2004 mobilizou os cariocas, mas dividiu os dirigentes. Havelange, apoiou. Já o presidente do COB (Comitê Olímpico Brasileiro), Carlos Arthur Nuzman, preferiu um papel secundário. Ele só participava dos eventos oficiais.
Na visita dos dirigentes do COI ao Rio, milhares de pessoas foram às ruas apoiar a candidatura da cidade. Mas o projeto não empolgou.

Em 2003, o Brasil insistiu. Numa disputa interna que se arrastou por sete meses, o Rio venceu São Paulo e tentou a Olimpíada de 2012. Na época, o prefeito do Rio, Cesar Maia, comemorou a vitória zombando dos adversários paulistas.
""Que me perdoem as feias, mas beleza é fundamental", ironizou o político carioca, que não teve muitos motivos para comemorar no final.


17.ago.2007 - fonte uol

Depois do polêmico logo da candidatura do Brasil a Copa de 2014, surge a marca da candidatura do Brasil as Olimpíadas de 2016.

Lançada nessa sexta-feira, nunca é demais lembrar que o logo é provisório. Significa que é apenas a marca da candidatura, se o Brasil for escolhido como sede, outra será criada.


A explicação dos criadores: “O símbolo tem como principal característica uma alusão ao Pão de Açúcar, famoso cartão-postal. Além disso, a letra “R” representa o corpo de um nadador mergulhando no mar carioca e o sol, sua cabeça. O ano de 2016 é escrito com letras antigas, em alusão à Grécia, berço das Olimpíadas. O degradé das letras representa o calor da cidade e o calor humano.”

Em outubro de 2007 saiu a seguinte reportagem na Revista Veja:

"Em setembro de 2007, o Comitê Olímpico Brasileiro (COB) oficializou junto ao Comitê Olímpico Internacional (COI) o pedido para que o Rio de Janeiro sedie a Olimpíada de 2016. Embalados pelo relativo sucesso dos Jogos Pan-Americanos, realizados na cidade em julho, os governos federal, estadual e municipal já declararam seu apoio à iniciativa. Resta saber se a candidatura brasileira (a terceira do Rio) será aceita - e, se a cidade entrar na disputa, se ela terá chances de competir com as candidatas da Europa, dos Estados Unidos e do rico mundo árabe. Embora a expectativa seja grande, o processo de candidatura pode levar até dois anos - portanto, o Rio e o mundo só descobrirão qual país receberá a tocha olímpica em 2016, depois dos próximos Jogos, em Pequim, em 2008." 

O Rio de Janeiro concorria com Madri, a capital da Espanha, Baku, capital do Azerbaijão, Chicago, nos Estados Unidos, Doha, capital do Qatar, Praga, capital da República Tcheca, e com a capital japonesa, Tóquio.

Wiki - 02/10/2009 com posteriores alterações
O projeto previa a realização dos Jogos em quatro regiões da cidade, interligadas por redes de transporte público e autoestradas. O forte apoio político e popular e a garantia de que haveria recursos para a realização das obras foram pontos fortes do projeto.

O processo do Comitê Olímpico Brasileiro para escolha da cidade que seria postulante aos Jogos Olímpicos de Verão de 2016 iniciou-se em 28 de julho de 2006, motivado pelo fato de vários países já estarem anunciando candidaturas. A análise do Conselho Executivo do COB decidiu que o Rio de Janeiro era a cidade brasileira mais preparada para receber o evento, devido à realização dos Jogos Pan-americanos de 2007 e a existência de diversas instalações esportivas de nível olímpico.[2] Após a decisão, o COB contratou a empresa de consultoria internacional Event Knowledge Services para emitir uma análise técnica das condições da cidade para receber o evento. A empresa apoiou a decisão, mas apontou problemas nas áreas de infra-estrutura, transportes e segurança.[5]

Em 2007, no dia seguinte ao fim dos Jogos Pan-americanos, o presidente do COB Carlos Arthur Nuzman confirmou que o Rio seria candidato,[12] o que foi oficializado em 7 de setembro, com o envio de cartas de intenção ao Comitê Olímpico Internacional.[1] Em 17 de dezembro, durante o Prêmio Brasil Olímpico, foi apresentado o logotipo da candidatura. A imagem trazia o Pão de Açúcar em forma de coração, em cores que remetem à alegria do povo brasileiro.[13]

Apoio político




O relatório destacou o total apoio dado pelos três níveis de governo (federalestadual e municipal) através da assinatura de cartas com garantias superiores às exigidas pelo COI.[17] O segundo capítulo do documento ainda detalhou a estrutura do Comitê de Candidatura e apresentou os aspectos legais dos Jogos, enfatizando que não haveria obstáculos legais à realização dos eventos e que o Brasil possuía legislação antidoping em consonância com a Agência Mundial Antidoping e diversas leis que regulavam a prática esportiva no país.[3]

Finanças

O custo do projeto Rio 2016 foi calculado em 42 milhões de dólares, sendo sete milhões para a fase de postulação e 35 para a fase de candidatura. O dinheiro viria das três esferas de governo, do Comitê Olímpico Brasileiro e de patrocinadores. Em relação ao financiamento dos Jogos, parcerias público-privadas seriam usadas na construção da Vila Olímpica e dos centros de imprensa. A Copa do Mundo FIFA de 2014 e o Programa de Aceleração do Crescimento do Governo Federal também foram citados como fatores que gerariam desenvolvimento para a cidade.[3]
O relatório estimou que o custo da realização dos Jogos Olímpicos de Verão de 2016 no Rio de Janeiro (excluindo gastos públicos) seria de 750 milhões de dólares, sendo 290 gerados com a venda de ingressos e o restante advindo do setor privado. Receitas adicionais deveriam provir da Lei Agnelo/Piva, da circulação de moedas especiais e do Plano Conjunto de Marketing, parceria do Comitê Organizador e do Comitê Olímpico Internacional.[3]

Referências
http://globoesporte.globo.com/Esportes/Noticias/Olimpiadas/0,,MUL1327272-17698,00-RIO+TRANSFORMA+O+SONHO+OLIMPICO+EM+REALIDADE+E+CONQUISTA+OS+JOGOS+DE.html
https://noticias.uol.com.br/ultnot/2006/09/01/ult27u57592.jhtm
http://veja.abril.com.br/idade/exclusivo/perguntas_respostas/olimpiada_2016/index.shtml
http://www1.folha.uol.com.br/fsp/especial/fj2306200707.htm
http://www.b9.com.br/1131/diversos/rio-2016-marca-da-candidatura/
https://pt.wikipedia.org/wiki/Candidatura_do_Rio_de_Janeiro_para_os_Jogos_Ol%C3%ADmpicos_de_Ver%C3%A3o_de_2016


Breve histórico do Revezamento da Tocha Olímpica

Antes de contar os meus relatos pessoais, vou explicar resumidamente a história do revezamento da tocha olímpica.

A chama olímpica apareceu pela primeira vez nos Jogos Olímpicos de Amsterdã em 1928, por sugestão de Theodore Lewald, um membro alemão do COI. O Relatório Oficial destes Jogos afirmava simplesmente que "uma chama alta indicaria a milhas em torno de onde estavam em Amsterdã os Jogos Olímpicos" (Comité Olímpico dos Países Baixos, 1928, p.189). Na verdade, a chama não teve significado real até os Jogos Olímpicos de Berlim de 1936. Dois anos antes, Carl Diem (secretário-geral do Comitê Organizador Alemão) havia apresentado uma proposta ao COI para sancionar uma cerimônia de iluminação de chamas em Olímpia, que era um local-chave para os Jogos Antigos, com uma tocha para ser levada por Revezamento para a arena dos Jogos com a finalidade de iluminar um caldeirão olímpico. O COI encarou com entusiasmo esta proposta: para Coubertin, o presidente, este ritual oferecia a perspectiva de uma cerimônia sagrada seguida de uma procissão que combinava espetáculo com testemunho público, culminando na transferência de uma venerada chama olímpica para o local sagrado Da Olimpíada (Durantez, 1985).

O estabelecimento de um revezamento da tocha, que teve o propósito, ou pelo menos o efeito, de mostrar o regime nazista, dificilmente foi um começo edificante para o que hoje é considerado pelo COI como um "símbolo olímpico transcendente" (Durantez, 1985, Página 620). Não obstante o valor da propaganda da cerimônia da chama e do revezamento da tocha para os Jogos Nazistas, foi (re) apropriado para os Jogos Olímpicos de Londres de 1948 como um símbolo da paz do pós-guerra (Durantez, 1988). Este ritual de três estádios cresceu em escala, escopo e estatura, de modo que a viagem de Olímpia para a iluminação do caldeirão no local olímpico é agora um evento de exibição, seguido avidamente pela mídia. Costumes cerimoniais foram (re) inventados para se adequar a uma narrativa olímpica moderna, e protocolos estabelecidos para a gestão desses procedimentos. O que se segue é uma breve visão geral do simbolismo e da prática.

Como indicado na Regra 13 da Carta Olímpica, o revezamento da tocha é precedido pelo cerimonial  de acendimento da chama em Olímpia. O fogo e a chama tinham papéis religiosos importantes para os gregos antigos. No entanto, seu uso nos Jogos Olímpicos de hoje não está associado a uma presença sobrenatural ou crença particular de vida após a morte. Há, no entanto, muito teatro associado à reconstrução dramatúrgica da iluminação da chama em Olímpia: é originado dos raios do sol usando um espelho parabólico e capturado por um ator ungido com óleo como a "Alta Sacerdotisa" de Olímpia, adequadamente vestido em traje da época, acompanhado por uma comitiva de assistentes feminino semelhantemente vestidas no contexto evocativo do Templo de Hera. Um menino e uma menina, vestindo ramos de oliveira (um antigo marcador de vitória nos Jogos), carregam a chama em procissão lenta até onde ela está envolvida com a tocha especialmente concebida para aquelas Olimpíadas em particular (Durantez, 1985, 1988). Em termos de gestão desta cerimónia, o COI tem historicamente transferido a responsabilidade para o Comité Olímpico Grego (HOC), que também organiza o transporte da chama com corredores para Atenas ou, mais precisamente, para o antigo estádio Panathinaiko que foi utilizado Para os Jogos de 1896 "(Comité Olímpico Internacional, 2011).

Tal como acontece com a cerimónia de acendimento da chama em Olímpia, o revezamento da tocha olímpica (OTR) não é responsabilidade do COI. A regra 55 da Carta Olímpica terceiriza essa tarefa para "O comitê organizador dos Jogos Olímpicos que é responsável por levar a chama olímpica para o estádio olímpico" (Comitê Olímpico Internacional, 2011). Uma vez que a tocha se mova para além de Atenas, o Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos tem a liberdade de planejar uma rota de revezamento, conceber meios de transporte adequados (isto é, sobre terra, ar e água) e um sistema para reacender a chama se ela for extinta e escolher quem tem a honra de carregar a tocha no revezamento. Durantez (1988) e Borgers (1996) produziram extensos relatos da conduta das procissões da tocha ao longo dos anos. A escala e o escopo destes desempenhos pretendem impressionar. Essa exibição da tocha acesa é mais do que apenas uma demonstração de que os Jogos são iminentes; são formas de mostrar a importância cultural do Movimento Olímpico e dos ideais olímpicos. Seja através de um senso de igualdade, admiração ou mera curiosidade, os espectadores se reúnem e dão testemunho ao longo de rotas designadas, e as narrativas da mídia em torno dos eventos têm geralmente retratado-los de forma brilhante. Como ocasiões fora do comum, altamente publicitadas, sancionadas pelo estado, os OTRs (Revezamentos da Tocha Olímpica) tornaram-se balizas para o Movimento Olímpico e a cidade anfitriã dos Jogos.

Tradução livre do livro: Managing the Olympics (2013)
ISBN: 978-1-349-35119-0 (Print) 978-0-230-38958-8 (Online)
Site: http://link.springer.com/book/10.1057/9780230389588

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2017

Revezamento da Tocha Olímpica


Resultado de imagem para revezamento da tocha olimpica

A partir desta publicação contarei detalhes do Revezamento da Tocha Olímpica, que vivenciei nos jogo Rio 2016. Depois que tive a honra de ser guardião da chama olímpica, que percorreu todo o Brasil desde a Grécia, minha vida mudou. Conheci pessoas do Brasil inteiro, corri em todas as 26 capitais do Brasil mais o Distrito Federal e vi um país totalmente diferente do que estava dentro da minha "caixa". Foram praticamente 100 dias viajando de van e avião com praticamente 12000 condutores do fogo que queimou nesse percurso de 20mil quilômetros de corrida, somado com 16mil km de avião.

Na foto à baixo está parte do grupo que viajou comigo nessa história louca.



Palavras chave: Revezamento da tocha olímpica; chama olímpica; Rio 2016; Jogos de verão
Key words: Olympic Torch Relay; Olympic flame; Summer Games

Contato: diegoefd@gmail.com