segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Correr descalço x Correr de tênis


            Esta é uma polêmica que vem crescendo, todos os dias novas pessoas aderem a esta “ideologia”, mais corredores completam maratonas descalços, alguns até ganham, as indústria estão aderindo a esta “moda” fabricando tênis como luvas para os pés (Five Fingers e minimalistas), e alguns pesquisadores começaram a se interessar por este tema.
            Depois de alguns artigos sobre possível início da caminhada bipedal (de pé) por hominídeos (homens que vieram após os chipanzés) e a curiosidade em saberes como nossos ancestrais, nem tão velhos assim, antecedentes a década de 70, se comportavam ou respondiam as corridas descalços, de sandália ou com os sapatinhos de “salto”, o professor norte americano da Harvard Daniel Lieberman do Departamento de Biologia evolutiva humana, postou um vídeo no youtube, que hoje já possui mais de meio milhão de acessos, comentando os possíveis benefícios de correr descalço.

 Antigos tênis de corrida

Benefícios e prejuízos de correr descalço

            Ainda carente de explicações, alguns fatores como diminuição de lesões pro estresse, devido à diferente forma de pisada, pois com os pés descalços apoiamos mais o amortecimento no ante pé (parte frontal dos pés) devido à proteção natural, o que não acontece quando estamos calçados, que por maior proteção no calcanhar, pousaríamos mais com esta parte. Recentemente (neste mês) o pesquisador Lieberman mostrou que correr com os famosos minimalistas também melhora a economia de corrida. Também parece haver maior relaxamento dos dedos e utilização da musculatura plantar, o que pode diminuir o risco de fascite plantar. Correr descalço em solo quente pode gerar bolhas. Em solo arenoso, esburacado pode causar machucados e perfurações. Necessita de tempo para adaptação para quem não está acostumado.
Evolução da Vibram


Benefícios e prejuízos de correr calçado

            Aumento do comprimento da passada. Maior proteção dos calcanhares. Maior conforto e pouco tempo para adaptação. Mais segurança e estabilidade.
Os tênis Top da Mizuno e da Asics que custam 900 R$.

Pesquisa

Digitando por “título” do artigo as palavras “barefoot running” (correr descalço) no pubmed (site usado por pesquisadores para encontrar artigos científicos), encontramos hoje 23 artigos, sendo a primeira publicação em 1987, mas 17 delas a partir de 2008, o que nos mostra o recente interesse pelo tema.

Comércio
Em 2006 a marca Vibram lançou o primeiro tênis em formato de luva e se tornou sucesso mundial. Tomou um espaço tão grande no mercado que forçou as grandes empresas como: Nike, Mizuno, Adidas, Asics, Puma, Rebook e New Balance a lançar os Minimalistas (tênis que simulam a corrida descalço) e custam de 20 a 30% dos tênis de ponta, pois não tem gasto com amortecimento e altas tecnologias.
Desempenho
Em 1960, Abebe Bikila, venceu descalço a Maratona nos jogos de Roma com 2:15:16.2 e em 1964 no Japão com 2:12:12.2, com recordes mundiais. Siraj Gena correu descalço os últimos 500m em Roma 2010 em tributo ao Bikila e completou em 2:8:38. E muitos outros corredores voltaram a correr com minimalistas ou descalços.

Conclusão
            Correr descalço não “custa” nada. Vale à pena tentar começando pela grama e areia. Não creio que correr grandes distâncias seja bom para quem não está acostumado, mas uma corridinha de vez em quando não faz mal.
            Mais informações e dicas sobre treinamento, entre em contato.
           

Referências


Vídeos

Pesquisador e Treinador Diego Viana Gomes
Equipe Pena - contato@equipepena.com.br
LABEMMol - UFRJ

2 comentários:

  1. Diego parabéns pela matéria realmente hj em dia a tecnologia tá avançada mas eu gostaria de ver um atleta correndo uma prova em montanhas com um five fingers desses ou uma prova de 24 horas com certeza que este atleta não iria ficar muito tempo na pista.
    Bons treinos!!!

    Jorge Cerqueira
    www.jmaratona.com

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  2. É verdade Jorge. A ciência ainda está longe de encontrar uma verdade. Muitas variáveis interferem no desempenho e existe muito interesse comercial nas propagandas. Iniciou-se uma discussão sobre o tema. Veremos a verdade daqui há 30 anos.

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