quarta-feira, 15 de fevereiro de 2017

O revezamento da cidade começa bem antes da passagem da tocha

Aos poucos fomos conhecendo toda a equipe e logística, descobri que o diretor operacional era uma pessoa muito experiente em Revezamento de Tocha, e os mesmos fizeram quase todos os revezamentos que conhecemos. Existe uma equipe que serve de base e todo o restante da equipe é formado por pessoas contratadas no país sede. As primeiras contratadas, são pessoas que ajudam o diretor com a parte de tradução e contratação. Todos os contratados são entrevistados em Português e Inglês pelo RH e a última entrevista sempre era com o Diretor Operacional.

Cerca de dois anos antes do Revezamento Olímpico, começaram a contratação dos gerentes Regionais, brasileiros extremamente competentes que trabalham com produção de eventos e são os cabeças da logística operacional. O revezamento foi divido em 6 Regiões, com exceção do RJ, cada região tinha 2 gerentes, responsáveis pela "árdua tarefa" de viajar pelos estados da região designada, escolher as cidades que melhor representam sua região (tamanho populacional, principais pontos turísticos,...) e por vezes, atender questões políticas. Os gerentes se reuniam com os prefeitos e secretários para discutir questões, como: logística de trânsito, segurança e divulgação, elaborando desta forma rota da tocha, incluindo local de passagem do comboio, levando em consideração o tamanho dos veículos (caminhões dos patrocinadores e ônibus), restaurante para almoço e a distribuição nos hotéis das quase 400 pessoas que compunham o comboio.

Depois que a rota é estabelecida, os gerentes escrevem o Daybook (diário) com todos os detalhes do dia. Desde a saída do hotel até a hora do término da janta, ou seja, nossa rotina do início ao fim do dia. O único momento que não tínhamos nada planejado, era o momento de dormir, na verdade, esse era o planejamento - DORMIR. As duplas sempre andavam juntas durante o revezamento, quando o comboio estava na sua região, o gerente ficava no carro de comando, à frente do comboio para demonstrar rota, indicar o ponto em que o ônibus deveria deixar cada condutor e dar ritmo ao restante do grupo (dá pra fazer analogia ao primeiro vagão do trem).

Levando em consideração o tamanho da cidade, distribuição geográfica e número de habitantes, era estipulado o número de condutores da cidade. O ponto onde cada um seria desembarcado estava marcado e descrito no Daybook. Para garantir que não houvesse erro, os gerentes que não era responsáveis pela cidade que estava sediando o revezamento naquele momento chegavam três dias antes na mesma, para garantir que estava tudo certo e colavam adesivos em ordem numérica nos pontos pré estabelecidos pelos gerentes da região, para facilitar a visualização do carro comando no dia do evento.

Outros fatores extremamente importantes eram: o almoço; não há reclamação nesse quesito, comemos muito bem; mas o gerente precisava atentar à qualidade do restaurante, lugar para estacionar caminhões e carros que levavam aproximadamente 400 pessoas, assim como estacionar os veículos no fim do dia, e encontrar um local com estrutura para montar o palco gigante que marca a cerimônia do fim do dia, por incrível que pareça, não é missão fácil.

Agora podemos falar do revezamento.

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